JORNALISTAS EM PORTUGAL
A profissão de jornalista tem vindo a sofrer transformações consideráveis nos últimos anos. Por um lado, vemos o acentuar da proporção de detentores de diplomas de ensino superior no seu interior, que passaram de 65% em 2010 para 77% em 2022. Tal pode ser um indício de uma homogeneização das vias de acesso à profissão que, outrora, seriam mais diversas. Por outro, a proporção de jornalistas com 45 anos ou mais que estão contabilizados nos Quadros de Pessoal tem vindo a aumentar rapidamente. Se, em 2010, esta proporção era de apenas 22%, em 2022 era já de 47%. Tal pode dever-se a dois fenómenos: um efetivo envelhecimento da profissão ou um acréscimo das situações de precariedade - que não são captadas por esta fonte, que apenas contempla os trabalhadores por conta de outrem.
Jornalistas que trabalham por conta de outrem,
por sexo
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Percentagem (%)
Jornalistas que trabalham por conta de outrem,
por escalão etário
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Percentagem (%)
Jornalistas que trabalham por conta de outrem,
por nível de escolaridade
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Percentagem (%)
GANHO DOS JORNALISTAS
A profissão de jornalista é atravessada por diversas assimetrias. Uma delas refere-se ao género. Apesar de a proporção de homens e mulheres jornalistas ser praticamente idêntica, as diferenças de ganho são notórias - ainda que tenham diminuído ao longo da última década. Em 2022, o ganho médio das jornalistas mulheres situou-se nos 1672€, correspondendo a apenas a 85% do ganho médio dos seus colegas homens. Observam-se também disparidades relevantes quando se compara o ganho médio por grupo etário - embora neste caso existam diferenças atribuíveis, pelo menos em parte, à antiguidade e experiência acumuladas. Em 2022, o ganho médio dos jornalistas entre os 25 e os 34 anos era de 1310€, representando apenas 52% do ganho médio dos jornalistas entre os 45 e os 54 anos e 41% do ganho médio daqueles que tinham mais de 54 anos. Esta é uma tendência que pouco se alterou na última década.
Ganho médio dos jornalistas que trabalham
por conta de outrem
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Euros (€)
Ganho médio dos jornalistas que trabalham
por conta de outrem, por sexo
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Euros (€)
Ganho médio dos jornalistas que trabalham
por conta de outrem, por escalão etário
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Euros (€)
CONDIÇÕES LABORAIS DOS JORNALISTAS
Ainda de acordo com os Quadros de Pessoal, a proporção de jornalistas que trabalham por conta de outrem que têm contratos de trabalho sem termo é inferior ao apurado para o conjunto da economia. Ainda assim, esta é uma profissão onde o trabalho freelance tem uma expressão significativa, pelo que o tipo de contrato não retrata todas as formas de precariedade laboral em casua. A média de anos de que permanecem na mesma instituição empregadora tem vindo a crescer - ao contrário do que sucede com os restantes trabalhadores. No entanto, também a este nível é necessário recordar que esta fonte não considera os trabalhadores por conta própria.
Jornalistas que trabalham por conta de outrem
com contrato de trabalho não permanente
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Percentagem (%)
Média de antiguidade na empresa dos jornalistas
que trabalham por conta de outrem
GEP/MTSSS, Quadros de Pessoal
Anos (N)
Jornalistas registados como desempregados
nos centros do IEFP
IEFP
Nº (N)
ATAQUES A JORNALISTAS
A morte de jornalistas no desempenho da sua função, bem como o seu encarceramento por motivos políticos, configuram ataques diretos à liberdade de imprensa, à liberdade dos meios de comunicação social e ao direito de acesso à informação. O desrespeito pelas regras de proteção dos jornalistas em contexto de guerra, a coação física e a ameaça de privação da liberdade destes profissionais negam princípios fundamentais do direito internacional e colocam em causa pilares fundamentais das sociedades democráticas.